quarta-feira, 20 de julho de 2011

Tempo de Despertar

Nuvens cinzentas pairavam sobre o céu da cidade. O momento era de ansiedade, de medo,de agonia e de incerteza. Os fiéis vermelhos caminhavam lentamente para as acomodações de nosso Castelo Gigante. Tudo parecia nebuloso naquela fria noite do inverno sulista.
Aos poucos nossa Arena foi ficando repleta de seguidores. Na proximidade das horas com o início do confronto, já se podia ouvir o povo vermelho entoando seus cânticos de uma forma cada vez mais intensa.
O Gigante trepidava, o concreto das marquises tremia ,como quem aguarda as chamas de um vulcão em erupção. A entrada de nossos heróis no campo de batalha, fez com que ecoassem os gritos de guerra que até pouco tempo estavam abafados, pelos recentes insucessos alvirrubros.
A Nação Vermelha estava em pé. Mantos alvirrubros flutuavam sobre um mar vermelho de êxtase e paixão. Do lado de fora do Gigante, se via o pendão branco e rubro tremulando, doce e suave, como quem clama por uma ajuda divina.
No céu, nuvens negras se abriam com a sabedoria de quem aguarda a chegada de uma boa nova. Por trás das marquises, as estrelas pareciam pedaços de gelos incendiados por aquela súplica alvi-rubra. Em meio as luzes refletidas pelo placar eletrônico e pela guarda popular, via-se arcanjos em vôos rasantes sobre os flamejantes fiéis de vestimentas encarnadas.
No campo de batalha, nossos gladiadores alvirrubros se multiplicavam, deixando atordoada toda a retaguarda mexicana! E o Gigante rugiu.!!! Ouviu-se uma explosão ensurdecedora!!! O céu se abriu, as estrelas tornaram a brilhar. Ecoou-se em todo Templo, um grande grito vindo dos céus.
No arco, eternamente iluminado pelo inesquecível Capitão dos Andes, o imponente Exército Vermelho passava por cima de seus rivais mexicanos, de uma forma avassaladora, sem deixar uma pedra sequer para ofuscar a glória alcançada. Em minha volta, fiéis vermelhos em abraços, olhos inundados em lágrimas e gritos de uma felicidade incontida.
Coloquei minha vista sobre o campo de batalha, e o que se via era o Planeta Vermelho em festa, com o povo alvirrubro invadindo os espaços destinados aos nobres guerreiros.
No topo do altar, mensageiros com hábitos alvirrubros ornamentavam o cenário festivo com coroas de louros, que reluziam a insígnia da soberania colorada. Como corolário da realeza alcançada, três Reis Magos erguiam aos céus o símbolo da tríplice coroa, em meio a entoação dos cânticos alvirrubros e junto aos braços do povo vermelho.
Em tempo de despertar, o Planeta Vermelho estava em êxtase, o nobre coração branco e rubro estava em festa, com o coroamento de um povo, em glórias e honras de um legítimo herdeiro de um trono real.

Márcio Mór Giongo, em 12 de junho de 2007.


Nenhum comentário:

Postar um comentário