Aos poucos nossa Arena foi ficando repleta de seguidores. Na proximidade das horas com o início do confronto, já se podia ouvir o povo vermelho entoando seus cânticos de uma forma cada vez mais intensa.
O Gigante trepidava, o concreto das marquises tremia ,como quem aguarda as chamas de um vulcão em erupção. A entrada de nossos heróis no campo de batalha, fez com que ecoassem os gritos de guerra que até pouco tempo estavam abafados, pelos recentes insucessos alvirrubros.
A Nação Vermelha estava em pé. Mantos alvirrubros flutuavam sobre um mar vermelho de êxtase e paixão. Do lado de fora do Gigante, se via o pendão branco e rubro tremulando, doce e suave, como quem clama por uma ajuda divina.
No céu, nuvens negras se abriam com a sabedoria de quem aguarda a chegada de uma boa nova. Por trás das marquises, as estrelas pareciam pedaços de gelos incendiados por aquela súplica alvi-rubra. Em meio as luzes refletidas pelo placar eletrônico e pela guarda popular, via-se arcanjos em vôos rasantes sobre os flamejantes fiéis de vestimentas encarnadas.
No campo de batalha, nossos gladiadores alvirrubros se multiplicavam, deixando atordoada toda a retaguarda mexicana! E o Gigante rugiu.!!! Ouviu-se uma explosão ensurdecedora!!! O céu se abriu, as estrelas tornaram a brilhar. Ecoou-se em todo Templo, um grande grito vindo dos céus.
No arco, eternamente iluminado pelo inesquecível Capitão dos Andes, o imponente Exército Vermelho passava por cima de seus rivais mexicanos, de uma forma avassaladora, sem deixar uma pedra sequer para ofuscar a glória alcançada. Em minha volta, fiéis vermelhos em abraços, olhos inundados em lágrimas e gritos de uma felicidade incontida.
Coloquei minha vista sobre o campo de batalha, e o que se via era o Planeta Vermelho em festa, com o povo alvirrubro invadindo os espaços destinados aos nobres guerreiros.
No topo do altar, mensageiros com hábitos alvirrubros ornamentavam o cenário festivo com coroas de louros, que reluziam a insígnia da soberania colorada. Como corolário da realeza alcançada, três Reis Magos erguiam aos céus o símbolo da tríplice coroa, em meio a entoação dos cânticos alvirrubros e junto aos braços do povo vermelho.
Em tempo de despertar, o Planeta Vermelho estava em êxtase, o nobre coração branco e rubro estava em festa, com o coroamento de um povo, em glórias e honras de um legítimo herdeiro de um trono real.
Márcio Mór Giongo, em 12 de junho de 2007.
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