quinta-feira, 16 de maio de 2013

Mãos Encarnadas


                            Os pênaltis. De novo eles! Deveriam ser cobrados todos eles, pelo presidente do clube. Ou melhor ,talvez até fosse mais digno que a peleia se decidisse na moedinha, no  cara e coroa!! Pelo menos a angustia seria menor e  tudo seria menos dolorido, bem menos!
                           Mas, nada disso aconteceu naquela sufocante tarde de outono! Muito antes pelo contrário, o que se viu no último domingo,  foi um sofrimento pairando no  ar, sobre os corações rubros, que ainda conseguiam pulsar dentro do Estádio Centenário, na decisão do segundo turno do Campeonato Gaúcho de 2013, em Caxias do Sul.
                           Nada de gols no tempo normal. Poucas emoções. Raras chances de ambos os lados. Um fatídico e deprimente zero a zero!
                           Naquele dado instante em que D'Alessandro, efetuou a cobrança de pênalti, nas mãos do arqueiro juventudista, parecia que o sonho rubro do tricampeonato, estava sendo totalmente aniquilado ou postergado para mais dois confrontos finais.
                          Cobraram-se pênaltis daqui, cobraram-se pênaltis de lá. Até que depois de dois erros da equipe serrana, a sorte voltou a sorrir para o escrete rubro que ficou por uma defesa de Muriel, para a sacramentação do quadragésimo segundo titulo regional!
                           E foi entre as mãos de Muriel, a mão que tocou em definitivo a deslumbrante taça gaúcha,  e que também tocou com esperteza e primazia a cobrança do batedor rival da serra, levando o povo rubro a um delírio extasiante, com a comemoração da Taça farroupilha e por conseguinte, do Campeonato Gaúcho deste ano!
                            Foram as mãos de Muriel.! Ah, mas foram tantas outras mãos vermelhas! Mãos em riste, mãos em palmas, mãos em abanos, mãos ao vento!  Naquela sinistra tarde também poderiam ser aquelas mãos  tão nervosas, que acendem um cigarro atrás do outro, ou  as outras mãos que insistem em encobrir a estupefação de um rosto atônito, ou ainda, se preferirem, as tristes mãos que enxugam tantas e tantas lágrimas escorridas, nas arquibancadas frias e preocupadas do histórico estádio caxiense!
                            Posso falar também das mãos que oram, que rezam, que suplicam! Mãos que viram a palma e enxergam e apreciam o mundo, os céus, os anjos e o infinito!
                            Mãos que vibram, mãos que comemoram, mãos que agradecem, mãos que festejam,  mãos que socam o ar em reverencia a sublime majestade do futebol!
                            Mãos que acariciam, mãos que tocam, mãos que acalmam, mãos que confortam, mãos que enlaçam o vermelho e o branco de pura paixão!
                            As mãos inspiradoras que escrevem com fidelidade e devoção, que pintam um passado, um futuro e um presente de amor, respeito e tradição!
                             Falo das mãos coloradas, de mãos encarnadas, que unidas: juntas ou separas, perfectibilizam um belíssimo quadro de glórias, de vitórias e de conquistas, tanto no sul do país, como também pelos quatro cantos deste Planeta, cada vez mais e mais Vermelho!
                             Ademais, minha caneta vermelha disse e assina ao povo rubro.                  

                     Por Márcio Mór Giongo , em 16 de maio de 2013. 

                     Foto: Site Sport Club Internacional.

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