terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Com a Cara do Mestre

 
             Há tempos, inicio da decada de 80, na época em que os idolos colorados começavam a teimar em aparecer; lá estava ele, dando os primeiros passos com a bola nos pés.
             Um tanto desengonçado, diriam alguns, um tanto afoito, diriam outros! As pernas grossas e um modo truculento, faziam com que seu estilo destoasse dos ultimos meio-campistas clássicos, surgidos no celeiro de ases colorado, na decada de 70.
              Mas Dunga sobreviveu. Sobreviveu a peneira colorada, sobreviveu aos ranços e as cobranças do criterioso e saudoso Abilio dos Reis , treinador da base rubra. Tão jovem, na Seleção Brasileira de Juniores, já demonstrava  força, garra e liderança, caracteristicas que fizeram parte de sua vida futebolistica, durante o passar dos anos.
              No time de cima colorado, jogava com a camisa numero 8, na posição de meia direita, chegava mais a frente, chutava forte, fazia gols. Enfim, era um jogador raro e extremamente útil, naquele delicado momento da historia colorada. Durou pouco, teve uma passagem rápida pelo Gigante, logo partiu para desbravar o mundão afora.
              A lembrança, marcante, sem sombras de dúvida, é a da Copa do Mundo de 1994, onde foi o lider do Brasil na gloriosa conquista, calando a boca de vários cronistas que injustamente o execrevam, ainda pela perda da Copa de 1990.
              Dunga sobreviveu. Mesmo com o peso de uma Nação em suas costas, levou nossa Seleção ao Tetra Mundial, juntamente com Romário e Cia, jogando na  posição de volante ao lado de Mauro Silva.
              Quem não se recorda de seus gritos, desarmes e carrinhos mais que perfeitos? Ou de seus lançamentos longos e precisos? Quem não lembra do beijo na taça e o berro de um legitimo capitão, sob aquele calor intenso de meio dia no Roseball, em Pasadema??
               E no último e ensolarado domingo, na capital da amizade, Erechim, o treinador Dunga orientou a sua equipe, no clássico Gre-Nal, com maestria e inteligencia.  Fazendo o simples, deixando seus atletas a vontade, e principalmente trazendo uma tranquilidade ao vestiario colorado, que há muito tempo não se via; o escrete branco e rubro naquele embate, parecia ser outro! Vislumbrou-se uma equipe briosa, com garra e acima de tudo vontade de vencer! Notou-se, em campo, um time veloz, solidário, sabedor de suas deficiencias!
               Foi a cara do professor!
               Dunga sobreviveu ao peso de um primeiro Gre-Nal, com uma vitória de 2 a 1, no estadio Colosso da Lagoa, com as duas torcidas em festa, dividindo as arquibancadas pela metade. Sem nenhum tipo de brigas ou confusões, gremistas e colorados se encontraram lado a lado. Entraram juntos e sairam juntos do estádio, como se amassem e estimassem as mesmas cores.  Abraçados, provavelmente, depois, tambem beberam e comememoraram juntos.
              Mas, estando em Erechim, na capital da amizade, com um bom e saboroso chimarrão nas mãos, com certeza, isso tudo pode...e como pode!





             Ademais, minha caneta vermelha disse e assina ao povo rubro.      


            Por Márcio Mór Giongo, em 5 de fevereiro de 2013.


            Foto: Click RBS 
           Dos velhos amigos de Erechim...