quarta-feira, 20 de julho de 2011

O Caminho do Guaiba


Enquanto caminhava pela Avenida, o mundo ainda cintilava rubro o amanhecer da aurora. O vento soprava forte em sintonia com o canto dos passáros.
Enquanto caminhava pela Avenida, lembrei de tudo um pouco. A fumaça no castelo , o coração descongelado, o Gigante aceso.
Lembrei do menino de cabelos loiros silenciando uma Arena repleta de inimigos e libertando a América para essas margens de águas escuras. Lembrei o outro menino, de olhos tímidos, o seu tamanho talento fez com que o sol reluzisse com intensidade na terra da garoa.
Lembrei da cidade em branco e rubro. O cordão da calçada pintado, o coração disparado. Lembrei nossos heróis beijando a face de Deus...lembrei dos arcanjos sobrevoando a cidade.
Lembrei o Planeta Vermelho em êxtase, lembrei do menino negro defendendo e conquistando o mundo com uma perna só... lembrei do poeta e as iniciais entrelaçadas.
Enquanto caminhava pela Avenida, lembrei o caminho das pedras, lembrei a dor dos espinhos, lembrei os cegos do castelo, lembrei do céu...lembrei do inferno.
Enquanto caminhava pela Avenida, senti o coração bater... sobre o calor do asfalto, senti uma lágrima cair... em um devaneio profundo senti o Gigante pulsar...em um delírio profético, ouvi o meu povo vibrar: "nada vai nos separar", lembra???
E assim será. Agora e sempre.
Enquanto caminhava pela Avenida.

Márcio Mór Giongo em 04.04.2007




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