segunda-feira, 30 de abril de 2012

Um Quarto de Circulo

 Pelos cantos, um quarto de circulo. Uma esfera incólume, um impetuoso suspiro. Na sombra de uma chuteira. Uma viagem interestrelar. Um sobrevoo aos ventos uivantes. Uma cabeça ao leo, um cumprimento protocolar... mas a esfera...a esfera nas redes! O berro de um povo, o grito de um feito...um beijo....um beijo na taça!
No retrocesso da lide, um inicio oculto, um comandante rival sem nexo, perplexo, complexo. Olhos vendados, olhos para si...um ego inflado! Visto e revisto, ao inicio, meio e fim! Uma vaidade a flor da pele: microfones, flashes, holofotes, sorrisos, tantos risos, mais risos, mas risos de que? Uma equipe sem rumo...um trio de dianteiros...solitários e atordoados dianteiros!
Do outro lado do campo, no canto encarnado, que canta e encanta em mil encantos: a comemoração, o primeiro tento rubro...ecos que cantam, ecos que encantam...um argentino estasiante e a esfera nas redes, no canto da rede!
Do outro tempo de guerra. Olhos de novo nele, mais olhos para ele...mas, para que tantos olhos nele? Reação...um tento tricolor...mais nada, ou quase nada.
Um quarto de círculo, atropelos e destemperos. Dedos em  ristes...equívocos...esfera paralisada...homem de preto...expulsão à vista. Descontrole!!! Olhos insanos... vaidade...ah, a vaidade humana! Inconformidade, passos antecipados, escadas, canto de vestiário e um novo controle branco e rubro.
A bola...a verdade real ...doce ironia...um quarto de circulo...asas ao céu vermelho...um cumprimento de boa noite...as redes em farrapos e a taça...pelos quatro cantos... os cantos, os encantos... e a taça!

Por Márcio Mór Giongo
Foto: Terra Esportes