terça-feira, 5 de março de 2013

Dois Tentos de Copa


 
              Sem dor, sem cansaço, sem freio, sem piedade; com os olhos em riste, com olhos na esfera, com olhos de fera, com olhos que pontuam em uma meta equidistante.
              Sem medo, sem receio, sem melancolia, sem apatia; com  pés quase descalços, com os pés amostra, com  pés que relevam, com pés que capricham em um doce enredo.
              Sem amarguras, sem tristezas, sem revés, sem dissabores; com dentes cerrados, com dentes de guerra, com dentes que desejam, com dentes que brilham em um próspero epílogo.
              Uma chuteira, a sombra de uma chuteira - a esfera, o vento de uma esfera - o adversário, o ímpeto de um adversário!
              Uma viagem orbital: a pelota em efeito, que ricocheteia e desliza em uma teimosia salutar -  perfura luvas tardias de um batalha inglória - e por derradeiro, beija o véu imaculado, que veste com primazia o arco da meta!
              Um suspiro, um alivio, um sorriso extasiante, um abraço gigante e rubro - uma festa vermelha!
              Um dia de glória, um entardecer repleto, uma alegria sem fim - em um coração que pulsa, agora, mais do que vibrante!
              Uma sinuosa corrida em destino ao céu, um duelo que acorrenta um lado da área, que bloqueia a outra face da mesma área...mas, na alforria  das pernas, em um leve e estiloso bailado...  há um petardo rasante - e a pelota que beija de novo o barbante!
              Dois tentos de Copa, dois tentos para a vitoria, dois tentos para o embate Piratini e a estrela cisplatina, enfim, mais do que cintilante, aos ollhos de todo o Planeta Vermelho.

              Ademais, minha caneta vermelha disse e assina ao povo rubro.

              Por Márcio Mór Giongo

              Foto: Terra Esportes



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